sexta-feira, 27 de junho de 2014

o sítio cor de rosa


é assim que eu me sinto, num sítio cor de rosa sem portas nem janelas nem tectos. sem paredes nem cercas a limitarem o nosso espaço de imaginação. corremos e saltamos e gritamos. choramos, rimos até doer cada músculo da barriga. até cair uma lágrima e até nos esquecer-mos porque estamos a rir. arranhamos, mordemos, medimos forças e perseguimos inimigos. perseguimos ideias e defendemos pensamentos com unhas e dentes, como se a nossa vida dependesse disso. partilhamos insultos, críticas e elogios. olhares intensos que me fazem tremer de uma ponta à outra. de dentro para fora. olhas para mim e não desvias o olhar. oiço alguém a falar lá ao fundo mas concentro-me na tua respiração, no barulho das tuas pestanas e do teu cabelo. volto a ouvir o discurso central quando desvias o olhar, quando chega ao limite em que tudo a partir dali seria proibido. interdito. aproveitamos o que não é. que é quase tudo. pelo menos a mim chega-me. quando saio da terra cor de rosa não sinto falta de nada. não há arrependimento. nem tristeza. é felicidade pura aquilo que sinto. que me sai dos olhos meio fechados, que ficam vermelhos de tanta felicidade e magia. de tanto cor de rosa que inspiraram. de tanto se fixarem nos teus. 
pouso a cabeça na minha almofada, fecho os olhos e vejo-os um a um, a voarem comigo. a andarem de baloiço até ao infinito que nós sabemos que existe. e durmo descansada sem ter sonhos nessa noite, porque o maior sonho já o vivi. no sítio cor de rosa.

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