segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Quando dizes que a música faz parte da tua vida, ou que a tua vida faz parte da música.... Não. Tu não o dizes. Mas será que o sentes? Faz-me confusão a indiferença e a falta de paixão. A apatia e a falta de informação. Quando gritas comigo e dizes que eu tenho a mania, olho com este ar sereno para ti e sorrio porque finalmente sinto alguma força de expressão. Vontade. Música. Fico descansada quando sinto música em ti. Quando me cantas ao ouvido. Quando defendes essa tua falta de imaginação. Quando te valorizas e te agarras ao que pensas que sabes. 
Chega do diz que disse. Diz-me tu.
Chega de analisar o mau. Vamos celebrar o bom. O bom que há em cada canto, em cada poro, em cada pêlo, em cada beijo.
Chega de queixas, chega de sacrifícios por quem tudo nos deve e nada nos paga. 
Chega de pagamentos. 
Estás tão farta de contas como eu? Manda-as à merda. E enquanto o fazes deixa-me estar perto para ouvir. Para ouvir a música que vem de ti.
Chega de frio e de cansaço. Venha a subida, a fome e o banho de rio. Venha a noite fria e a porrada. A cerveja e o mijo seco entre as minhas pernas. 
Quando me falas em regras eu não oiço. Nem faço um esforço. Quando me chamas à razão desligas a música e fico sem nada. Fico com vontade de te bater e de aumentar o som mesmo sem permissão. 
De ligar uma música que eu sei que tu não gostas. Para te provocar. Para te desafiar. Porque as tuas regras cheiram mal, deixam-me mal disposta.
Chega de justificações e de boa educação. Chega de pensar porque penso em vez de pensar no que penso. 
Experimenta voar, salta e fica lá no alto. Depois arrasta-te pelos céus. Mas por favor não tentes perceber como. Nem me tentes explicar, mesmo que descubras o segredo. Prefiro ficar na ignorância. Nesta ignorância que no fim é sabedoria. Nesta música que no fim é vida.

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