"O amor incrusta o rosto de Diego na fronte de Frida como uma jóia dolorosa, e o rosto do amado torna-se por vezes o da morte. O amor abre um terceiro olho na fronte de Diego, um olho de eternidade. O amor não pode ser outra coisa senão a loucura que preserva de todo o mal real."

"O jogo cruel do amor e do ódio que jogou tanto tempo com ele, é agora o jogo infinito da vida. Cada parcela arrancada ao nada alimenta-a, prolonga a sua substância, como a luz demasiado forte do Sol e a violência sangrenta dos sacrifícios. Frida tornou-se então uma deusa, que entra no corpo do seu amante e o possui, e partilha tudo aquilo de que ele se apodera. (...) essa mãe eterna do México que domina o Moisés de Frida e dá nascença a todos os heróis da humanidade, enquanto, sob o sol dilacerante, flutua no segredo do útero a eterna criança prestes a nascer."

(Diego & Frida, J.M.G. Le Clézio)