A técnica do martelo pode ajudar em muitas ocasiões, mas solucionar nunca soluciona. Até porque há coisas que não nasceram para serem arranjadas. Sabes ao que me refiro?
Refiro-me a ti, cérebro. Refiro-me a mim. Refiro-me à loucura que alguns chamam de falta de confiança, insatisfação, irresponsabilidade, estupidez e imaturidade. Aquela loucura que é saudável até deixar de o ser, e que mantém estas duas realidades separadas por um fio tão fino como a minha paciência para mim própria neste momento.
Canso-me muitas vezes dos outros e das coisas, mas de mim não costuma ser muito comum. É preocupante porque dos outros e das coisas posso afastar-me quando quiser e recusar qualquer meio de comunicação. Mas de mim...não posso fugir. E é aqui que a técnica do martelo por vezes parece muito aliciante, apesar da dor e do traumatismo craniano que possa causar. Tudo efeitos secundários, nem por isso muito graves a comparar com a irritação, a impaciência e a loucura de que por vezes me sinto refém.
É demasiado pensamento e raciocínio. Demasiada especulação, demasiado sofrimento, demasiada antecipação. É demasiada confusão, até para uma cabeça naturalmente confusa.
Mas nestes momentos dêem-me um martelo e eu resolvo a situação, mais ou menos permanentemente.
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