sábado, 12 de janeiro de 2013

Fala comigo, pele de galinha

Pele de galinha. Aquela agradável sensação de arrepio, de nervos saltitantes que empurram os poros para fora. Aquela sensação de desejo de liberdade, de sensibilidade aumentada.
Quando o vento passa, quando as sombras falam à minha volta, quando vejo vultos e os sinto a passarem por mim no escuro, quando sinto a alma a deixar o corpo, quando entro no mar gelado. Quando me dispo e sinto o frio da estação, quando saio do banho e a diferença de temperatura me dá a certeza de que estou viva, a certeza de que os meus nervos existem e de que não sou um ser insensível  Pelo menos não fisicamente. 
Quero ficar com pele de galinha.
Quando sinto as tuas mãos a percorrerem minhas costas, quando espero por ti. Quando fumo um cigarro com muita vontade, passado algum tempo desde o último. Quando saio da sala depois de acabado um exame, quando como gelado de limão e quando bebo granizados.
Quando trinco um gelado enquanto passo por uma fase de sensibilidade dentaria. 
Pele de galinha...tu que tens um nome tão pouco cientifico e que ainda por cima fazes referência a um animal que, não odiando, me incomoda. Tu que és um processo tão engraçado da fisiologia do nosso corpo. Tu que nos avisas quando estamos assustados, quando temos frio, quando estamos em êxtase. Tu que tanto podes ser resultado da biologia mais cientifica deste mundo, ou do delírio e da alucinação, que não deixando de ser explicadas cientifica e biologicamente, fazem alusão (no meu ponto de vista) a processos mais fantásticos da nossa mente, mais mágicos e inexplicáveis. Podendo ser tão perigosos e negativos como exactamente o contrario. Eu pessoalmente gosto de pensar neles como positivos, magníficos e misteriosos. Para mim encontram-se associados a mentes livres, cérebros com asas e personalidades desafiantes e marcantes. Mundos diferentes e realidades mais bonitas.
Pele de galinha...tens tanto que se te diga e no entanto, só te sentido é que te podemos compreender.



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