domingo, 16 de dezembro de 2012

Felizmente existe uma diferença entre um livro ser previsível e quem o está a ler ser perspicaz. Não estou a chamar previsível ao meu livro nem é minha intenção atribuir o adjectivo eficaz à minha pessoa. Estou apenas a constatar um facto, uma opinião ou uma conclusão a que cheguei ontem a noite enquanto acabava o livro que estava a ler. Desde as primeiras páginas que considerei possível que a historia acabasse assim, no entanto fiquei tão surpreendida e feliz por realmente ter acontecido o que eu desejava e ambicionava, que me vi obrigada a parar a leitura de 5 em 5 min, para assimilar tudo e mais alguma coisa. Fechava e abria o livro, olhava e cheirava, lia e relia as frases vezes sem conta. Não queria que acabasse...queria que me continuasse a surpreender e a acompanhar, a ajudar e a acalmar. Mas não é assim que as coisas acontecem. Até podia parar e deixar as ultimas paginas sem serem lidas, mas isso parecia-me ainda mais cruel e desumano. Seria como abandonar aquela obra que alguém um dia escreveu com toda a alma, dedicação e genialidade. Seria uma tortura, para mim e para ele. Para o livro, quero eu dizer. Perdoem-me a personificação, porque humanos somos nós e apenas nós, mesmo que por vezes não pareçamos. São pequenos percalços que fazem dos livros obras tão belas e dos seres humanos, criaturas tão falíveis. 

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