sábado, 24 de novembro de 2012

Emma e Eu

Não sei até que ponto quero tentar perceber. Não é muito melhor ficar sentada no sofá, afogada na manta, concentrada nas grandes e complexas frases da Jane Austen, sem pensar em nada sem ser na Emma e em quem realmente gosta dela? Eu não sou uma Emma, mas também este tempo em que vivo não me ajuda em nada. Não sou tão rica nem tão bonita. Não sou tão perspicaz, ou pelo menos é com essa ideia que fico. Posso estar enganada... Por outro lado, um lado que finalmente me favorece, não sou tão metediça nem tão presunçosa (e uso este adjectivo contra a minha própria vontade, se calhar porque também não sou tão forte como a Emma nem tenho um vocabulário tão abrangente que me permita encontrar um adjectivo melhor). 
Não é muito melhor começar a escrever com o intuito de fazer referência a uma coisa, e acabar por me perder no meio de outra completamente distinta? É que assim, felizmente para mim, não fico presa a essa primeira coisa que se mostra muito capaz de me fazer acabar o dia mais desanimada do que o comecei. O facto de não ter pegado num livro de matéria também contribui para que isso aconteça, mas não nos desviemos demasiado do tema. E qual é o tema, perguntam vocês? Boa pergunta. Como hei-de expor a minha ideia primária, aquela que me fez abrir esta pagina, para começar? Já que não posso dizer o nome da coisa, já que não posso ser demasiado explicita, vou tentar explicar por enigmas e palavras disfarçadas de elementos secundários e distractivos, como alguns gostam e outras odeiam profundamente. (Peço desculpa por não ser tão boa a fazer isso como gostaria.)
O tema tem mais a ver comigo do que com a Emma, tem mais a ver com quem realmente gosta de mim do que com quem realmente gosta dela. Tem tudo a ver com o que eu gostaria de estar a fazer, em vez de me afogar na manta e no chá de cidreira. E não me interpretem mal, porque adoro a minha manta e o chá de cidreira (de uma marca que ficará um grande ponto de interrogação nas vossas sublimes cabecinhas). 
De certo que todos conhecem aquela sensação de estarem a caminhar felizes, deixando tudo o que já vos incomodou para trás e, de repente, ou voltam vocês para trás ou vêm as coisas incomodativas atrás de vocês numa perseguição à qual nunca conseguirão escapar. E peço que me perdoem a imagem cliché e aborrecida, mas são estas as ideias que me restam quando tudo o resto se esgotou com o grande esforço de conseguir responder a telegramas inesperados vindos de uma terra vizinha, mas afastada por milénios de anos luz, pelo destino, pelo medo, pela incompatibilidade ou pela teimosia dos seus habitantes. 
Não sei se estou a ser suficientemente confusa, mas espero bem que sim. Espero que não consigam dormir visto ficarem a pensar no que pretendo eu dizer com isto. Porque se não for esse o caso, então a minha missão foi mal sucedida, e a minha perícia está a uma distancia demasiado grande da da famosa Emma.
Eu quero que a Emma fique com o Sr.Knightley, assim como quero que eu me aproxime dos habitantes da terra distante. E quando aplico o verbo ficar e aproximar, em nada me refiro a casamento, mas sim às respectivas trocas de experiências (carinhosas ou não) implícitas...e necessárias. 
Se calhar sou mais parecida com a Emma do que pensava...

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