E ela acordou, olhou para o lado e percebeu que estava sozinha. Aliás, nem havia outra hipótese com uma cama daquele tamanho. Mas nos seus sonhos a cama tinha o tamanho de um campo de trigo, onde cabia ela e quem ela quisesse. Que era só uma pessoa, por isso sobrava muito espaço na cama, que durante as noites que passavam juntos nunca arrefecia.
Ela abriu os olhos e preferiu ficar na sua pequena cama em vez de acordar para uma vida tão real e onde o frio era uma inevitabilidade, principalmente sem o aconchego que esperava sem esperança.
Refugiava-se nos seus livros, que formavam uma pilha cada vez maior debaixo da janela do quarto. Qualquer coisa que a fizesse viajar e esquecer a espera de que era vitima diariamente era bem vinda. E nenhuma outra coisa funcionava tão bem como o uma noite de sono, a caneca dos pink floyd cheia de chá quente, um banho de imersão igualmente quente a ouvir a chuva e um livro.
Aconchegou-se no edredom e abriu o livro na pagina marcada com a flor seca que há uns anos atrás colhera de um jardim quase sem pombos. Bons tempos...
Sem comentários:
Enviar um comentário
memórias