quarta-feira, 16 de maio de 2012

Antiquado

No final de contas o que é ser antiquado?
É estar fora de moda? Não, até a expressão é demasiado moderna.
Antiquado é algo que já não se usa? Que já não faz sentido, uma vez que foi vitima da incrível evolução tecnológica que nos bombardeia diariamente? Será isso? 
O que eu não percebo é porque é que uma pessoa é olhada de forma diferente se optar por rejeitar a evolução no seu todo, e escolher guardar certas "relíquias" que por acaso ainda funcionam, ainda são úteis e indiscutivelmente mais...bonitas que a respectiva evolução. É mais ou menos como nos Pokémons. As evoluções eram sempre uma grande desilusão para mim. Os originais eram mais fofinhos, tinham vozes mais doces e olhos mais redondos. Se perdiam nos duelos, era porque não estavam bem treinados!
Quando se muda para melhor, sou a primeira (ok, talvez a segunda, ou a 109700º) a pôr de lado o antigo, sem nunca o esquecer. 
Mas ontem adormeci a pensar que, por vezes, nos falta um pouco de "antiquado", de "fora de moda". Cada vez mais, dou por mim a olhar à minha volta e a não conseguir distinguir as pessoas que passam. A moda torna-nos todos um pouco iguais, não é? E pelos vistos sempre foi assim. Mas se alguns de nós guardassem e mantivessem algo antiquado....algo material ou mesmo imaterial. Algo como uma almofada, uma torradeira, um tapete, um casaco, um livro, uma palavra, uma ideia, um penteado, um desejo, uma ambição. Talvez resultasse num mar de cores e histórias diferente, de vidas e pessoas que transmitiam individualidade. Somos únicos, mas que mal há em mostrar isso em vez de o guardarmos cá dentro como se fosse um segredo, um motivo de vergonha?
Retardado. E já me estou a coçar. É um adjectivo que me causa urticaria. 
O antiquado é belo e devemos estimá-lo.

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