Acredito que o mundo é de todos, e que morrer sem ir a todos os países, cidades e recantos do mundo é o suficiente para considerar uma vida como desperdiçada. Claro que com este pensamento ninguém será plenamente feliz nem realizado (a não ser que seja mesmo muito rico e acredite no mesmo que eu). E é assim que eu tenho medo de ficar: eternamente infeliz e com coisas por fazer. Não posso começar a viajar pelo mundo porque então "não serei ninguém na vida", segundo os mais experientes (e até mesmo segundo o meu grilo falante - a minha consciência - e às vezes o meu pouco bem-senso). Mas então, fico um bocado confusa. Se não o fizer, desperdiço todo o tempo que tenho e posso vir a ser alguém, mas alguém pequeno e infeliz. Alguém que conhece pouco, apesar de saber muito sobre um determinado assunto. Ainda tenho tempo? Pois, isso é outra questão que me deixa confusa, ou pelo menos na dúvida. E a dúvida faz-me querer ir aproveitar todos os recantos que são também meus por direito. Mas do querer ao fazer, há uma grande parede de sociedade pelo meio.
Por isso ficamos assim, na constante dúvida e com o permanente desejo de sair um dia e voltar depois de ver tudo. E será isso possivel? Ver tudo? Conhecer tudo? Não, mas morrer a tentar retira o adjectivo "desperdiçada" de uma vida mais ou menos realizada.
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