segunda-feira, 18 de novembro de 2013

(des)evolução

E quanto mais o ser humano evolui, mais (des)evolui. É a conclusão a que se chega, olhando em volta. É a conclusão a que se chega, comparando gerações e escrevendo nesta maquina que há tão pouco tempo não existia. 
A inteligência artificial toma conta da razão, substitui o pensamento e aqui andamos nós...para trás em vez de andar para a frente. Ou convencidos de que andamos quando na verdade não saímos do mesmo lugar.
Olhamos em volta e o que vemos? Humanos que já não deveriam ser macacos, comportando-se como tal. 
Deixamos de saber escrever, pensar, falar, ouvir, conversar, amar. 
Já não sabem reconhecer a liberdade. Não sabem distinguir o bem do mal.
Não sabem dar valor à vida nem ao mundo, e abusam dele como se de uma criança vulnerável se tratasse. 
Vivemos como se o mundo nos pertencesse, como se nos devesse tudo sem nada pagar.
Como se fossemos os Deuses desta peça grega. Como se esperássemos uma (tão pouco) merecida ovação de pé.  
Como se as palmas ensurdecedoras nos pudessem felicitar, quando destruímos os cenários e fazemos a plateia chorar. Um choro frustrado e sofrido.
Somos maus actores. Actores que não conhecem os conceitos necessários nem reconhecem os princípios da encenação. Se é para representar, que se siga o guião. Que se conheça o escritor e se respeite o encenador. Que se saiba comunicar, expressar emoções e senti-las primeiro que tudo.
Que se ame as metáforas e se use as hipérboles na altura certa.
Que se saiba ouvir, ler, escrever, andar, pintar, cantar e cozinhar. Que se finja sem mentir e se odeie amando.
Que se viva com as maquinas, e não por elas. Não para elas.

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