Tenho uma tese. Uma ideia. De que toda a gente já pensou em alguma altura de vida em matar alguém.
Sim, eu sei que não é uma tese original, sei que já existem variados estudos e filmes e argumentos e ideias semelhantes. Mas esta veio de mim, hoje de manhã quando acordei e imaginei matar-me.
A minha tese diz que todos temos algo de psicopata em nós. De louco, de assustador, de desequilibrado e sociopata. Todos temos tudo em nos. Uns tendo maior percentagem de x e outros de y. Diferentes combinações, diferentes receitas de loucura e normalidade que nos diferenciam. Que colocam uns dentro das prisões e permitem aos outros ficar de fora.
Atiramos as culpas de todo o mal do mundo para os outros. Culpamos os que estão presos em prisões de alta segurança. Não nos importamos que sejam violados e mal tratados, porque violaram a maltrataram os nossos filhos e irmãos. Controlamos o Carma. "Não fossem uns perversos, uns frustrados. Mentes retorcidas com requintes de malvadez". Serão só eles?
O mundo continua um caos. As crianças continuam a ser violadas e raptadas. Os nossos filhos e irmãos continuam a aparecer mortos, sem identidade e sem alguns órgãos vitais.
A minha tese chega a uma conclusão. Que o problema deixa de ser dos que estão lá dentro, presos. Mas sim nosso, que estamos cá fora e mesmo assim não controlamos os nossos impulsos de malvadez. Os nossos instintos animais, a nossa secreta vontade de matar e de amar. Que, na verdade, estão tão próximas como o amor do ódio.
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