E ela deixou de escrever o que queria para passar a escrever o que ele precisava de ler. Já que não lhe conseguia dizer o que ele precisava de ouvir...
Tantas tentativas de se desculpar de algo que não fez, tantas palavras sem sentido nem sentimento que foram deitadas para o papel como gotas de sangue que escorrem pela face, como lágrimas...mas mais espessas. Espessas como a inutilidade dos seus novos textos. Espessas...como a sua submissão, como a quantidade do seu ser que foi reduzida a cinzas ou espezinhada até ficar fina como um cabelo para ninguém ver. Para ele não notar.
E ela começou a ser o que ele queria, começou a aperfeiçoar-se na imperfeição que ele a obrigava a seguir.
Trocou as palavras que se soltavam de si como o ar que outrora saiu dos seus pulmões, por palavras forçadas que resultam agora de um processo voluntário de esforço mental.
Trocou-se a si, e a tudo o que criava...por ele e por tudo o que ele se preocupa em destruir.
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