segunda-feira, 7 de maio de 2012


Viajar, sem sair do mesmo sítio. Dizer, sem falar. Esquecer,guardando para sempre. Aquecer, com a  chuva a cair na pele. Andar, sem mexer as pernas. Chorar, sem largar uma lágrima. Gritar, sem se ouvir um som.
Não faz mal se fores paraplégico, não há problema se fores muda, tanto faz que tenhas a pele de uma cor ou de outra. Podes ser cego, podes ser japonês, podes não ter língua ou nem sequer ter os dedos todos. Podes ser autista, podes ser maníaco compulsivo, podes ser fumador, podes ter filhos. Podes ser divorciado. Podes ser padre ou até mesmo freira. Podes ser sem abrigo, podes ter uma doença crónica. Podes nunca ter amado alguém, podes ser órfão ou podes nem saber cozinhar. No limite, podes nem ter o coração a bater. Podes estar branca, rígida e sem  sangue a correr nas veias.
É intemporal. Não há regras. Podes ser tu. E mesmo que já não existas...continua a escrever.

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