há ligações esquisitas, diferentes e peculiares. as ligações das relações que passam por tanto que chegam ao ponto de identidade desconhecida por todos, excepto pelos seus protagonistas.
ninguém se entende connosco, mas nós entendemos-nos entre nós.
por vezes nem é preciso falar. as vezes olhar nos olhos é um acto irreflectido do qual fugimos quando caímos na armadilha da intimidade que começa e ser demais.
não há necessidade de manter aquela ou qualquer outra imagem que nos esconda do nosso verdadeiro ser.
há sentimentos misturados, confiança e liberdade. há inveja, ciume, raiva, odeio mascarado por amor e amizade daqui até ao fim do mundo (que não existe no nosso entendimento).
há pedidos de ajuda, há desespero, há lágrimas, gritos, gargalhadas e saltos eufóricos. há comida, há bebida, há música e há constrangimentos. há luta e marcação de território.
há saudades e acima de tudo muita diferença.
mas nunca indiferença.
há falta e há excesso.
é uma ligação que por vezes anseio e outras vezes desprezo. dou-me ao luxo de dizer mal, quando estou comigo e com quem sou. arrependo-me e agradeço por ser um dos protagonistas, dos seres que fazem parte desta ligação. por ser uma ponta da corda, que esperemos que se mantenha intacta. ou mais forte, para aguentar ser puxada dos dois lados. porque é isso que acontece. e eu tento puxar com muita força para o meu lado. deixando que o outro lado ganhe, quando vejo que deve ser.
e não pensem com isto que eu ganho sempre e quando perco é porque deixo que tal aconteça. por vezes quem perde só eu, só pelo facto de me dar ao trabalho de puxar. perco forças e energias, perco razão e ganho remorsos.
há ligações esquisitas, e continuaram a haver.
Sem comentários:
Enviar um comentário
memórias