Chegou a casa depois de um dia cansativo e agradeceu por ter sobrevivido!
Apesar de todas as coisas dificeis que teve de fazer, o dia valeu a pena. Foi mais uma etapa superada, mais um conjunto de memórias que
se organizavam aos poucos na sua cabeça. Não sabia muito bem como, mas o seu cérebro trabalhava a mil à hora para conseguir pôr tudo Apesar de todas as coisas dificeis que teve de fazer, o dia valeu a pena. Foi mais uma etapa superada, mais um conjunto de memórias que
em ordem, tudo nos sitios certos. Para, um dia mais tarde, quando ela quisesse recordar aquele dia, conseguir faze-lo com a maior das
facilidades.
O seu cérebro era um bom amigo. Ela reconhecia isso todos os dias! Às vezes até falava com ele. Tinha pequenas (e grandes) conversas
com o seu orgão favorito que começavam por ser monólogos calmos e de auto-reflexão, e acabavam por se transformar lentamente em
diálogos e discussões eufóricas e estimulantes.
Eles mantinham uma relação secreta. Nada de muito simples, não! Muito pelo contrário. Entre eles era tudo bastante complicado. As
discussões eram um ritual ao qual os vizinhos já se tinham habituado e sem as quais um dia normal nas suas vidas quotidianas não podia
passar.
O relacionamente era bastante físico. Estavam em constante contacto e não vivam um sem o outro.
Às vezes duvidavam dos seus sentimentos, como qualquer outro casal que tem as suas crises existenciais. Mas neste caso, eles não se
O relacionamente era bastante físico. Estavam em constante contacto e não vivam um sem o outro.
Às vezes duvidavam dos seus sentimentos, como qualquer outro casal que tem as suas crises existenciais. Mas neste caso, eles não se
podiam afastar um do outro para ter algum descanso e clarificar as ideias. Nunca! Estavam condenados a ficar juntos para sempre. A viver
cada segundo em sintonia. Mas a harmonia era quase nula, o que dificultava a vida individual de cada um.
Como em todas as relações, havia um "cabeça de casal". Aquele que melhor lidava com as situações, que resolvia problemas (ou que muitas
Como em todas as relações, havia um "cabeça de casal". Aquele que melhor lidava com as situações, que resolvia problemas (ou que muitas
das vezes os originava), aquele que tinha a última palavra sobre um determinado assunto e aquele que acabava por ser aclamado o
"vencedor" no final das discussões.
Neste caso não era ela, mas sim o cérebro.
Apesar de não ser um homem, ela imaginava-o como tal. Ela desenhava retratos dele como se já o tivesse visto. Desenhava-o como queria
Neste caso não era ela, mas sim o cérebro.
Apesar de não ser um homem, ela imaginava-o como tal. Ela desenhava retratos dele como se já o tivesse visto. Desenhava-o como queria
que ele fosse, e como acreditava que ele seria. Emoldurava os desenhos e adormecia a idealizar uma relação em que a parte física fosse
mais que uma ligação biologica sem contacto visual nem tactil, em que os seus pensamentos fossem livres e não controlados por ele, em que
ela fosse ela própria e não um corpo ambulante e vazio, controlado por um cerébro que sofria de indecisão crónica.
Na manhã seguinte acordava contente. Sentia que ela e ele eram um só e que apesar de todas as desavenças, ela não era nada sem ele.
Na manhã seguinte acordava contente. Sentia que ela e ele eram um só e que apesar de todas as desavenças, ela não era nada sem ele.
Acho que sofro deste sindrome. Às vezes pode ser confuso, mas o meu cérebro é meu amigo.
Hum. Nunca dialoguei com o meu cérebro (pelo menos, de que tenha noção), mas vou tratar disso.
ResponderEliminarse calhar não é muito aconselhável! pode levar à loucura (ainda mais)...
ResponderEliminartenho curiosidade pela loucura (quanto mais, melhor!)
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